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HOLOCAUSTO II

 

Cheguei à Áustria depois de dois dias de forte sol inglês e me deparo com um calor sufocante em Viena, que leva seus habitantes a fazerem fila na porta das mais diversas sorveterias da cidade.

 

Antes de começar o meu trabalho na comunidade judaica, abro o primeiro jornal hoje pela manhã e percebo uma charge duplicada. Presto atenção nos desenhos e observo um velho suarento e gordo de terno, com um aspecto de ganância comendo um prato cheio e sendo servido de água. Bem à sua frente, um pobre cidadão com um osso no prato, dando a impressão de fome. Esse movimento indica a ganância do sistema financeiro sobre o povo.

 

Logo abaixo, a duplicação da tal charge, como se fora o jogo dos sete erros. O velho suarento e gordo passa a possuir um nariz aumentado e adunco. Suas abotoaduras apresentam estrelas de David incrustadas. Sobre si as palavras "o banqueiro".

 

Trata-se do jornal diário Wiener Zeitung que questiona o site de um tal Strecher, político local, conhecido por suas ideias de extrema direita.

 

Até aí, história que nós judeus e os democratas do planeta conhecemos muito bem e sabemos que desembocou no episódio do Holocausto. Ou seja, a serpente está de novo mostrando o rabo.

 

Mas, este não é o prato de resistência de minha indignação. Vem coisa pior por aí.

 

Começou na Alemanha, correu pela Escandinávia e está beirando países como a Holanda e a Bélgica, de onde, certamente se irradiará para a Europa inteira.

 

Vamos ao assunto. Um certo muçulmano na Alemanha, tendo realizado, supostamente, uma circuncisão mal feita em alguma das crianças de seu grupo social, teve que responder a um processo na justiça. Este tema desencadeou uma verdadeira febre que culminou com a proibição de prática para a circuncisão fora do ambiente médico. Ora, nós os judeus sabemos circuncidar e temos técnicos e técnica para isto, desde o dia em que Abraão se acertou com D'us, no episódio de Isaac.

 

A proibição da circuncisão mexe com os mais profundos valores e com as raízes mais identificadas do comportamento judaico no mundo, desde nossa existência.

 

Dizer não a esta prática, através de lei, mesmo que no início, os debates foram travados e levantados por gente bem intencionada, significa deixar claro que a presença judaica na Europa não é desejada. Aliás, esse fato não é novidade e só mesmo os judeus não enxergaram e não entenderam o recado dado pela Igreja Católica, pelos Cossacos, por Hitler e por tantos outros, durante mais de quinhentos anos.

 

Talvez agora, exista uma nova e moderna forma de jogar os judeus fora do continente europeu.

 

Não tenho dúvidas que muitos irão dizer que estou delirando. Aqueles que não leram Mein Kampf (Minha luta) escrito muitos anos antes da Segunda Guerra Mundial por Hitler, também achavam que os que avisaram estavam malucos.

 

Eis aí, para você, judeu ou não, mas democrata, um prato cheio no sentido da produção da análise correta sobre o assunto.

 

Saiba que todos os conhecidos antissemitas embarcaram nesta discussão e estão trabalhando para que uma nova lei seja implementada no continente europeu, a fim de proibir judeus e muçulmanos não só de praticarem seus rituais de pertinência, mas também seus rituais de abate de animais, o que levaria os judeus ao menos, a não terem mais espaço na Europa. Pense nesta questão que não é uma brincadeira mas que pode se transformar num novo pesadelo para quem há menos de setenta anos foi obrigado a se deparar com câmaras de gás e assassinatos coletivos.

 

 

Ronaldo Gomlevsky
Editor Geral - "MENORAH RAPIDINHA


 










 

A Estrela no Monumento

    Cresci no Rio de Janeiro, sem entender o motivo pelo qual o Monumento dos Pracinhas, bem ali, na ponta do Aterro do Flamengo, destinado a homenagear os brasileiros mortos durante a Segunda Guerra Mundial, em sua luta contra o nazi-fascismo, não abrigava um símbolo judaico junto aos demais símbolos que lá existem e ainda, não permitia que qualquer menção com caráter de celebração fosse feita, especificamente, com relação ao Holocausto.

Eis que recebo, ontem, das mãos de meu antigo e querido companheiro Israel Blajberg, um folheto avisando da próxima data de instalação da Estrela de David, naquele local, como homenagem aos soldados que caíram, defendendo o Brasil, a democracia e a liberdade do mundo, na qualidade de soldados do Exército brasileiro, dentre os quais alguns judeus.

Diz o ditado que a justiça tarda mas não falha. Ótima aplicação da frase popular, no que se refere ao assunto acima. Parabéns à CONIB. Esta ação nada mais significa do que, justamente, declarar que os judeus com suas peculiaridades, nascidos no Brasil ou naturalizados brasileiros, são cidadãos com direitos iguais a todos os outros brasileiros.

Se são criminosos, cadeia neles. Se são heróis, que sejam homenageados, inclusive com o respeito e o devido valor aos símbolos que os identificam como judeus, milenarmente. Salve o sargento brasileiro judeu Max Wolf, um dos mais emblemáticos heróis da força Expedicionária Brasileira, morto em combate em solo italiano, durante a luta contra as forças obscurantistas do nazi-fascismo.

O governo brasileiro, as Forças Armadas e aqueles democratas como Israel Blajberg que jamais desistiram da luta pela igualdade em se tratando de cidadania brasileira plena para os judeus brasileiros, estão de parabéns por esta conquista que nos honra a todos e que inclui, de uma vez por todas, como participes da luta nacional pela liberdade dos homens, também a nós judeus brasileiros que com nossa parcela de suor, lágrimas e sangue, sempre estivemos ao lado de nossa nacionalidade, em todas as circunstâncias.

Não pude, durante a minha infância e adolescência, como judeu brasileiro, homenagear de dentro do Monumento ao Soldado Desconhecido do Aterro do Flamengo, a meus antepassados judeus caídos sob as sujas botas de Hitler. A partir de agora, meus netos poderão fazê-lo. Obrigado meu amigo Israel Blajberg. Te devo essa!.

Ronaldo Gomlevsky
Editor Geral - "MENORAH RAPIDINHAS

 

Faltam menos de 1500 dias

O Rio começou, neste domingo, a contagem regressiva de exatos quatro anos para o início dos Jogos Olímpicos de 2016, com a promessa de entregar obras "com antecedência" e de deixar um legado duradouro para os moradores da cidade. Em coletiva em Londres e via teleconferência, na ultima sexta-feira, o prefeito Eduardo Paes, o diretor-geral do comitê organizador de Rio-2016, Leonardo Gryner, e a presidente da Empresa Olímpica Municipal, Maria Silvia Bastos Marques, afirmaram que o principal desafio é a adequação da rede de transporte do Rio - bem menor do que a de Londres, que também precisou se ajustar para a Olimpíada de 2012. "O Rio não dispunha de rede de infraestrutura de transporte à época de sua candidatura, então (as obras na área) serão um legado enorme para a cidade", disse Paes. Os investimentos se concentram em quatro pontos de expansão da rede de metrô e quatro linhas de BRT (bus rapid transit), para totalizar 150 km e ligar a Barra ao aeroporto Tom Jobim. A construção das linhas enfrentou empecilhos, como dificuldade em obter licenças ambientais e a realização de desapropriações, mas Bastos Marques afirmou que duas linhas devem estar prontas a tempo da Copa de 2014. A meta é ampliar também a rede de ciclovias, de 150 km para 400 km até o ano da Olimpíada. Segundo Bastos Marques, as obras terão impacto na vida de 2 milhões de cariocas. Eles colocarão à prova a meta citada por ela, de"transformar o Rio na melhor cidade do hemisfério Sul para se viver, trabalhar e visitar". Já as obras de instalações olímpicas se concentram em quatro blocos: na Barra, onde ficarão a vila olímpica e o Parque Olímpico; em Deodoro, que abrigará modalidades como hipismo e hockey; no Maracanã, que também inclui o Sambódromo (local de chegada da maratona) e o estádio João Havelange; e em Copacabana, que concentrará as provas de atletismo, natação, vela e vôlei. Paes se comprometeu a "entregar (as obras) com bastante antecedência, para que tudo possa ser testado" a tempo dos Jogos. (Foto de divulgação)

 

Diversas

A FIERJ já tem novo presidente. Trata-se de Jayme Salomão. Atual presidente do Cemitério Comunal, com bom trânsito em muitas áreas da comunidade judaica do Rio de Janeiro, ex-vice-presidente na gestão de Sérgio Niskier, Salomão tem tudo para fazer um mandato inesquecível se tiver coragem - e eu penso que tem- para se desvencilhar da sede onde está encontra-se o espaço destinado ao consulado de Israel, trazendo de volta a independência que a instituição guarda-chuva do judaísmo carioca necessita. Com uma campanha financeira inteligente e a realocação dos recursos existentes, como por exemplo tirar o programa Comunidade na TV do canal aberto onde se encontra e colocá-lo num dos canais da TV a cabo. Sei que essa seria uma boa solução pois conheço tanto o potencial do programa (pois fui seu fundador) quanto o do canal de TV, por conhecer o retorno de tal veiculação, acredito que a realização deste objetivo seria possível.

A atual presidente já esvazia as gavetas de sua escrivaninha na Fierj, dando adeus a um dos mais melancólicos mandatos já vistos na instituição.

Israel Blajberg, em que pese ter sido diretor da Fierj nesta gestão desastrada, conseguiu com sua luta e seu prestígio pessoal junto aos militares brasileiros, incluir no monumento da Praia do Flamengo que homenageia o Soldado Desconhecido morto em combate durante a Segunda Guerra Mundial, uma estrela de David esculpida que a partir do mês de julho passado, faz parte do acervo do monumento. Uma menção aos judeus fazia falta no local. Grande iniciativa que merece aplausos.

No mais, Olimpíada que segue na esperança fortíssima de título inédito para o futebol brasileiro de Neymar e cia. Parece que desta vez, teremos ouro no velho esporte bretão.

Nos falamos na próxima semana. Até lá.

Ronaldo Gomlevsky
Editor Geral - "MENORAH RAPIDINHAS