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Religiosa

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De pernas para o ar

    Este ano o mundo do judeus ortodoxos e ultra-ortodoxos em Israel está virando de ponta cabeça. Primeiro tivemos os repetidos casos de ataques e agressões entre ultra-ortodoxos de dentro e fora de Mea Shearim com vandalismo mútuo contra seus comércios. Depois, os casos de agressões contra mulheres e meninas não ortodoxas em bairros de Jerusalém e em ônibus. Em seguida a decisão do governo de passar a pagar os salários dos rabinos não ortodoxos que atuam como rabinos comunitários em todo o país. Isso gerou uma violentíssima oposição verbal e altercação entre membros ortodoxos e liberais do Knesset (Parlamento). Em seguida tivemos a prisão de vândalos ultra-ortodoxos do Naturei Karta que picharam o Yad Vashem (Museu do Holocausto) e outros memoriais em Jerusalém e pretendiam cometer atos realmente violentos. Hoje, dia 18, o Knesset derrubou a proposta de lei do Israel Beitenu (Israel é Nosso Lar) que exigia serviço militar de todos os jovens aos 18 anos, por 74 contra e 20 a favor, sendo que 24 representante do Kadima não votaram e o Likud (base do governo) com projeto próprio votou contra. Ocorre que a partir do dia primeiro de agosto a lei que isentava os ortodoxos (Lei Tal) deixará de valer (era temporária por mais de 50 anos) e os ortodoxos poderão ser recrutados com base na lei normal e vigente no país. A reação dos principais rabinos ortodoxos e suas comunidades está fortíssima, com várias manifestações na mídia e na rua. A decisão de liberar os alunos de yeshivot do serviço militar foi de Ben Gurion para um grupo de 150 sobreviventes do Holocausto que chegaram em plena Guerra da Independência. Pediram para não servir e poderem voltar aos estudos religiosos, interrompidos pelos nazistas, imediatamente. O líder do Estado Judeu atendeu a solicitação. A partir daí criou-se um precedente irreal onde todos os estudantes religiosos estariam isentos. E se aproveitam disso. É fato que qualquer um pode se voluntariar e isso é um prática normal. Vários rabinos incentivam que seus alunos façam os serviço militar completo, até porque após isso existe um grupo armado e apto a proteger sua própria comunidade. Por outro lado, rabinos ortodoxos pretendem proibir e vão até onde podem para impedir que religiosos sirvam em unidades mistas, com mulheres, que tenham aulas com instrutoras, que ouçam mulheres cantarem em cerimônias oficiais ou como distração e até mesmo que embarquem em veículos militares onde haja mulheres, mesmo dirigindo. Não se sabe de moças ortodoxas voluntárias para o exército e é provável que não haja nenhuma. Mas o que se esconde por trás desta forte oposição, já derrubada por lei - daqui alguns dias todos os jovens ortodoxos em idade de serviço militar deverão se apresentar -, é que estes jovens, pela primeira vez em suas vidas, vão se afastar das famílias e ver um mundo fora da visão restrita da religião e seus bairros e comunidades mais fechadas. Os jovens verão e participarão de um mundo democrático e pluralista. Por seu lado, os rabinos ortodoxos estão certos: muitos destes jovens não retornarão ao seu nicho religioso e vão se integrar a sociedade israelense liberal e pluralista. Na foto, jovens ortodoxos e crianças em poses teatrais forçadas apenas para mídia numa das diversas manifestações em Israel como que demonstrando estar "chocados e totalmente desesperados" com o prazo final que se aproxima para que sirvam às forças armadas. (Foto de divulgação)

 

 

Ortodoxos no exército

Hoje (31 de agosto) é o último dia da vigência da "Lei Tal" em Israel. Essa lei isentava judeus ortodoxos do serviço militar desde 1948. A partir de amanhã todos os cidadãos judeus de Israel serão igualmente recrutáveis e todos o jovens ortodoxos em idade de serviço militar serão obrigados a se apresentar, mas há algumas questões. (1) Precisarão se apresentar para recrutamento apenas os que completam 18 anos este ano ou TODOS os outros que estão em idade de serviço ativo e não se apresentaram anteriormente serão obrigados a se apresentar? (2) E as moças? Sabemos que mesmo com a Lei Tal, vários grupos ortodoxos sempre participaram do IDF incentivados por seus rabinos. Mas só homens. As moças não. Talvez o maior impacto seja sobre elas. (3) Está o IDF preparado para receber essa enxurrada de soldados "especiais" sobres os quais incidirão as normas diferenciadas que já incidem sobre o ortodoxos em serviço ativo? Certamente não. (4) O maior temor dos rabinos que incentivam o não alistamento é correto (na visão deles). Estes jovens vão estar em contato 24hs com a sociedade geral a partir do momento em que forem incorporados ao curso básico. Verão pessoas e um país como nunca viram antes e muitos não voltarão à sua religiosidade anterior. Vão entender que podem ter trabalho, sustento, vida, e liberdade sem serem vigiados pelas famílias. Para os rabinos o que está em jogo não é a defesa do Estado, mas a defesa da transmissão incondicional dos valores sociais e morais que julgam corretos. No momento, nenhuma lei substitui a Tal. Portanto, pela primeira vez, todos os judeus em Israel são iguais perante a lei. Vamos ver no que isso vai dar. (Foto de divulgação)

 

Perto do fim

Quando se fala de sobreviventes diretos do Holocausto e destas pessoas terem, de fato, construído o moderno Estado de Israel, não se imagina o número enorme de gente envolvida. Em nossas comunidades no Brasil sempre tivemos poucos sobreviventes diretos do Holocausto. Em Israel este número chegou a muitas centenas de milhares. Gente despossuída de tudo, sendo atacada por seus vizinhos europeus ao tentar voltar para casa e recuperar suas propriedades roubadas tanto por nazistas quanto por cidadãos dos países de origem, que só encontrou como acolhida viável o novo Estado onde poderiam ser livres. Hoje, o número de sobreviventes do Holocausto em Israel baixou da marca de 200.000 pessoas. Nenhuma delas com menos de 80 anos. Essa gente sofrida, esses avós, bisavós e trisavós judeus reconstruíram suas vidas em Israel e em todos os lugares. É nosso dever oferecermos todo o respeito a estes judeus aos quais a longevidade inesperada conserva viva a maior prova das atrocidades às quais foram submetidos. Sempre é bom lembrar que para os nazistas, sobreviventes não faziam parte do plano. (Foto de divulgação)

 

Canadá de kipá

O ministro das relações exteriores do Canadá, John Baird, apareceu no Muro das Lamentações na segund-feira onde rezou juntamente com Shmuel Rabinowitz, o rabino chefe do "Muro". Baird esteve em visita oficial de quatro dias à Jordânia e Líbano para discutir a situação atual da Síria e como o Canadá via poder atuar com ajuda humanitária através das fornteiras destes dois países. Seu roteiro oficial divulgado não incluía Israel. O gabinete do rabino Rabinowitz emitiu um comunicado dizendo que Baird estava em Israel para mostrar o apoio dele ao Estado Judeu e expressar sua adimiração e amizade pelo povo de Israel(Foto de divulgação)

 

 

Peso em ouro

Até a queda do Muro, a Alemanha Ocidental comprou a liberdade de cerca de 34 mil presos políticos da Alemanha comunista. Exposição em Berlim relata destinos daqueles que foram negociados pelos governos do país dividido. O acordo era politicamente explosivo, e dependeu do aval pessoal do chanceler federal Konrad Adenauer. Sob sigilo absoluto, em 2 de outubro 1963, foram libertados os primeiros oito prisioneiros da Alemanha Oriental. De ônibus, eles cruzaram o posto de fronteira interna alemã Wartha Herleshausen. O regime comunista embolsou exatamente 205 mil marcos pelo negócio, a ser seguido por muitas centenas de acordos similares. Pela primeira vez, uma exposição se dedica exclusivamente a esse capítulo da divisão da Alemanha: Freigekauft - Wege aus der DDR-Haft (Liberdade comprada - Caminhos para fora da prisão na Alemanha Oriental) pode ser visitada em Berlim até o final de março de 2013. A mostra retrata seis histórias de indivíduos e famílias presos por motivos políticos. Entre elas, a da família Kolbe, de Dresden, que tentou escapar da Alemanha Oriental em outubro de 1973, com a intenção de chegar à Áustria através da então Tchecoslováquia. A tentativa falhou, e os pais acabaram na prisão. Em maio de 1975, eles foram comprados pelos alemães ocidentais, mas tiveram que esperar mais quatro meses até que pudessem abraçar seus dois filhos novamente, no lado ocidental. Os visitantes da exibição podem tomar conhecimento, através de entrevistas em vídeo, de como os Kolbe sobreviveram àquela época, entre esperança e medo. Para camuflar o tráfico estatal de pessoas, o governo imbuiu o Diakonisches Werk, organização de caridade da Igreja Evangélica da Alemanha, de tratar da burocracia financeira da compra de prisioneiros orientais. Desde 1957, a Igreja Evangélica dava apoio material a comunidades protestantes em Berlim Oriental, o que tornava a instituição uma parceira ideal para o negócio. No nível político, o responsável era o Ministério para Questões Pan-Alemãs, rebatizado em 1969 como Ministério de Assuntos Internos Alemães. Desde o princípio, o advogado Ludwig Rehlinger acumulou grandes méritos na compra da liberdade de prisioneiros políticos. Numa detalhada entrevista, mostrada em vídeo na exposição, o berlinense conta suas experiências como negociador. Com propriedade, a curadora da exposição, Lucia Halder, sugere que a compra de prisioneiros era uma forma de "aquisição de divisas", propiciando que mercadorias no valor de mais de 3 bilhões de marcos fossem parar na falida República Democrática Alemã. Era o preço da liberdade de alemães orientais. A primeira escala deles no Ocidente era o centro de acolhimento (Bundesaufnahmestelle), localizado na cidade de Giessen. Seu diretor, Heinz Dörr, os recebia com as palavras: "Senhoras e senhores, vocês agora são alemães ocidentais". (Foto de divulgação)

 

Fora de Israel.

Começam a ser divulgados os depoimentos dos judeus ultra-ortodoxos, membros da seita antissionista Naturei Karta, presos por terem cometido vandalismo contra o Yad Vashem e a Colina da Munição, ambos em Jerusalém. Elhanan Esterovitch, 31 anos (na foto, cercado por policiais no corredor do tribunal) está sendo acusado apenas por invasão, vandalismo, e danos contra propriedade pública, acusações simples demais que não vão ao ponto do ataque agressivo e antissemita que ele e seu bando fizeram. As autoridades israelenses estão pegando leve com que quem lhes cospe na cara. Em seu depoimento, Elhanan Esterovitch declarou: "Eu desejava ter podido explodir o Knesset (parlamento de Israel), a Suprema Corte e várias bases do IDF (exército)." Este discurso do Naturei Karta é uma evolução lógica do que este grupo, que se apregoa "dono do verdeiro judaísmo", propagandeia desde 1938. O uso maciço da propaganda interna sobre seus membros já criou a terceira ou quarta gerações criadas apenas sob os dogmas desta seita que já não possuem mais dúvida alguma quanto a desrespeitar e destruir Israel. Beijos em Ahmadinejad são apenas a ponta do "esterovitchberg". E alguns milhares destes Naturei Karta, continuam vivendo em Israel sem reconhecer ou aceitar as leis e instituições do país. Vivem uma ilusão de irrealidade que permitiram a Elhanan pichar na entrada do Yad Vahsem (Museu do Holocausto): "Israel é o Auschwitz secular dos judeu sefaradim." Querendo dizer que o estado judeu extermina a possibilidade dos judeus árabes e da península Ibérica exercerem seu judaísmo pleno (o que é uma mentira estúpida) tanto quanto pretendermos que um Esterovitch, seja sefaradi. (Foto de divulgação)